[---- 36 anos, coimbra, pt, poeta. ----]
A mulher está deitada,
Diante dela o nada.
Lá fora, dentro de seu campo auditivo, tudo está quieto.
Lá fora um homem vive como um rato.
Ela espera e procura pelo destino sem se mover,
Ora e vigia, esperando a vida acontecer.
Ele faz coisas agarrando tudo o que lhe queima as mãos,
Suando e fedendo, derrubando muros sem usar a razão.
São separados por acharem que não podem estar juntos, são diferentes.
Nesse espaço infinito de distância e desespero continuam descontentes;
Perdem-se em corpos que desfilam realização e experiência.
Eles se amam e não sabem, pois só querem viver, cada um, da melhor maneira.
Longe deles um casal se ama em uma cama com demência.
Não é só um grito ou uma dor interior que revelam alguma nossa inocência.
(Juntos talvez se completassem na paciência)